Invasão de torcida após comemoração de gol do empate, do Vasco, terminou paralisando jogo por 56 minutos, e o árbitro Raphael Claus encerrou a partida sem o apito final.
Manter Sport x Vasco na Ilha do Retiro era desejo reivindicado pela torcida na última semana, mas as lembranças desse confronto terminaram marcadas por uma invasão de campo – dos rubro-negros que estavam na arquibancada sede. Em meio à confusão, o jogo terminou encerrado sem o apito final e agora ameaça o clube pernambucano.
O Sport corre o risco de ser denunciado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e pode perder até 10 mandos de campo, além do pagamento de uma multa entre R$ 100 a R$ 100 mil – se for a julgamento.
As punições estão previstas no Artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), sobre “Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir”.
Outros clubes envolvidos em casos de invasão de campo no Campeonato Brasileiro foram denunciados neste artigo, utilizado como base para entender possíveis consequências para o Sport.
No inciso primeiro, o CBDJ diz que “Quando a desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática poderá ser punida com a perda do mando de campo de uma a dez partidas, provas ou equivalentes, quando participante da competição oficial.”
Neste caso, a partida entre Sport x Vasco terminou sendo encerrada – por decisão do árbitro Raphael Claus – antes do cronômetro marcar o tempo completo pretendido. O vice de futebol rubro-negro, Augusto Carreras, diz que a Polícia assegurou condições de retomar o jogo, mas que o juiz avaliou não haver segurança garantida e por isso decidiu encerrar.
No inciso terceiro, o Código diz ainda que “A comprovação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão ou lançamento de objetos, com apresentação à autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilidade, sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade.”
O STJD ainda aguarda o recebimento das súmulas, mas se pronunciou na noite de domingo prometendo tomar “medidas enérgicas” para evitar novos episódios de violência. A CBF também adotou tom semelhante em seu posicionamento através de nota oficial.
Na Ilha do Retiro, por sua vez, o presidente do Sport disse que aguarda os desdobramentos da história para definir a defesa do clube.
“Temos que ver o que o árbitro vai relatar na súmula e fazer nossa defesa. Acho que a torcida foi provocada pelo atleta vascaíno, mas temos que fazer nossa defesa e o que for possível para poder evitar essa punição.”
Ressalta-se que o Sport ainda precisa ser denunciado pela Procuradoria no STJD e passar pelo julgamento do órgão – mas após o posicionamento da entidade, a tendência é de que a denúncia se confirme.