ONU reúne lideranças globais e Instituto Nelson Wilians leva contribuição brasileira sobre direitos raciais

Com foco na equidade racial e no enfrentamento do racismo estrutural, o Instituto Nelson Wilians (INW) foi convidado a apresentar sua experiência em educação cidadã durante a Quarta Sessão do Fórum Permanente sobre Pessoas de Ascendência Africana, realizado na sede da ONU, em Nova York.

O evento, promovido pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), reúne representantes de diversos países, incluindo governos, organismos internacionais, academia, sociedade civil e movimentos sociais.

Criado em 2021, o Fórum é uma resposta institucional à Década Internacional de Afrodescendentes (2015–2024), proclamada pela ONU sob o lema “Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento”. A edição deste ano dá destaque a temas como justiça reparatória, participação política, cooperação internacional e o papel da diáspora africana no desenvolvimento sustentável. A programação conta com plenárias, grupos de trabalho e eventos paralelos, todos transmitidos ao vivo pela UN Web TV.

Representando o Instituto, o gerente de projetos sociais William Ruiz vai realizar uma declaração oficial durante a plenária. A participação marca um momento simbólico para o INW, que apresentará à comunidade internacional o projeto Compartilhando Direito — uma trilha formativa em direitos humanos aplicada em escolas públicas e organizações sociais de todo o Brasil.

Desde sua criação, o projeto já foi implementado por mais de 110 organizações, em 16 estados e 26 cidades, impactando diretamente cerca de 6 mil pessoas até o fim de 2024. Em 2025, o Compartilhando Direito chega a sete novas cidades e será aplicado, pela primeira vez, em uma escola pública de Belém (PA), superando a marca de 7 mil participantes. O INW também está em diálogo com o Ministério da Educação para inclusão da trilha como possível itinerário formativo no Ensino Médio.

“Apresentar o Compartilhando Direito na ONU é reconhecer que o enfrentamento ao racismo estrutural exige investimento contínuo em educação cidadã. Quando juventudes negras conhecem seus direitos e ocupam espaços de decisão, não estamos apenas formando lideranças — estamos reequilibrando as estruturas”, afirma William Ruiz, gerente de projetos sociais do INW.

Compromisso institucional com a equidade racial

A atuação do Instituto no Fórum da ONU está inserida em uma agenda institucional mais ampla. A Nelson Wilians Advogados (NWADV), atua de forma integrada na promoção da diversidade, da inclusão e do combate ao racismo em diferentes esferas.

Entre as principais iniciativas, destaca-se o Manual Antirracista NW, que propõe um letramento racial aprofundado e estratégias práticas de enfrentamento ao racismo estrutural, institucional, recreativo, ambiental e religioso. O material é acompanhado de ações como o Programa de Letramento Racial, que já capacitou centenas de pessoas, e palestras com lideranças negras, como a ativista e escritora Fayda Belo. O trabalho rendeu ao grupo o Selo de Direitos Humanos e Diversidade, concedido pela Prefeitura de São Paulo.

Dados que reforçam a urgência da pauta:

  • 56% da população brasileira se autodeclara negra (IBGE, 2022);
  • Apenas 4,7% dos cargos executivos nas 500 maiores empresas do país são ocupados por pessoas negras (Instituto Ethos, 2016);
  • 77% das vítimas de homicídio no Brasil em 2019 eram negras (Atlas da Violência, 2021);
  • Jovens negros têm 55% mais chances de abandonar o Ensino Médio em relação à jovens brancos (IMDS, 2022);
  • 8 em cada 10 brasileiros reconhecem o racismo como um problema estrutural do país (IPEC, 2023).

Esses indicadores evidenciam a urgência de políticas públicas de reparação, inclusão e transformação social — pilares que orientam a atuação do Instituto Nelson Wilians no Brasil e no mundo.

“Cada vez que um jovem reconhece seus direitos e transforma sua realidade, damos um passo concreto na construção de uma sociedade mais justa. Levar essa mensagem à ONU é reconhecer que o racismo não é apenas um desafio local, mas uma urgência global”, diz Anne Wilians, presidente do Instituto Nelson Wilians.

By Redacao

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