13ª edição marcou o retorno do festival após dois anos sem realização. Programação contou com exibições de dezenas de filmes no Theatro Cinema Guarany, debates ao ar livre, seminários e oficinas
Na última semana o município de Triunfo, no Sertão do Pajeú, vivenciou dias que entraram para a história da cultura da cidade, com a reabertura do centenário Theatro Cinema Guarany e a realização da 13ª edição do Festival de Cinema de Triunfo, iniciativas promovidas pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Ao longo do festival, foram exibidos dezenas de filmes, tanto os da Mostra Sesc, uma novidade deste ano, como os 38 participantes, vindos de 12 estados do país nas mostras competitivas de curtas, longas e infanto-juvenil, com sessões gratuitas e voltadas para todos os públicos.
A culminância da programação aconteceu no último sábado (10), com a solenidade de premiação do festival e a entrega do troféu oficial, o Troféu Caretas, concedido aos filmes escolhidos pelos júris oficial e popular, uma referência às tradicionais figuras dos Caretas, manifestação da cultura popular triunfense. Clique aqui e confira as imagens da solenidade de premiação.
Nesta última noite do evento, Triunfo recebeu a presença de diversas autoridades, como o secretário Estadual de Cultura, Oscar Barreto, representando o Governo de Pernambuco; Severino Pessoa, Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe); Ada Siqueira, gerente de Gestão de Ação Cultural da Secult-PE; Renato Carvalho, gerente de Políticas Culturais da Secult-PE; Luciano Bonfim, prefeito de Triunfo; e Lisandra Ferreira, vice-presidente da Associação dos Comerciantes do Município de Triunfo.
“Quero agradecer a todos que fazem parte da cadeia produtiva da cultura. Pernambuco é uma referência nacional, e isso é fruto de várias políticas culturais pulsantes, como o Funcultura. Estamos muito felizes porque, depois de dois anos de pandemia, pudemos retomar as nossas atividades culturais, e essa edição do festival veio para ficar na história do Estado”, celebrou Severino Pessoa, presidente da Fundarpe.
“Este é um momento muito importante. Primeiro, pelo centenário do Guarany, que foi totalmente revitalizado. Se o equipamento não tivesse passado pela reforma, não estaríamos aqui agora. Triunfo é uma cidade que vive e respira cultura, e agradecemos muito a parceria com a Secult-PE. Fica meu abraço em nome do povo triunfenses, e reforço que a cidade estará sempre de portas abertas para recebê-los”, disse Luciano Bonfim.
“Hoje é dia de celebrar aqui em Triunfo esse evento tão importante e esperado. Quero destacar a reinauguração do Theatro Cinema de Guarany, no último sábado (3), que foi totalmente reformado e revitalizado. Quero também ressaltar o esforço de toda a equipe da Secult-PE, que se empenhou com toda a dedicação para a realização do festival. No próximo ano, possivelmente teremos o Ministério da Cultura de volta e mais políticas públicas voltadas para a cultura, e vamos ter força e capacidade de dialogar e buscar os recursos para alavancar a economia criativa”, destacou o secretário Oscar Barreto.
“Foram seis dias de exibições com debates, seminários, e exibição de obras com temas bastante necessários. Um festival desse tamanho não é possível sem uma equipe competente, e queria deixar meu agradecimento a todos os que estiveram envolvidos. E quero agradecer também aos realizadores e a todo mundo da cidade de Triunfo que recebe tão bem esse festival”, comemorou Luciana Poncioni, coordenadora do Audiovisual da Secult-PE e do Festival de Cinema de Triunfo.
O encerramento da programação do Festival de Cinema de Triunfo contou com outras atividades ao longo do dia, como o debate com os realizadores dos filmes exibidos na sexta-feira (9/12), na Praça do Avião, seguida de uma visita guiada no Theatro Cinema Guarany pelo Cine Rua PE. Teve também exibições do documentário Theatro Cinema Guarany: “Uma longa história, uma produção do Cineclube Caretas (Triunfo-PE/2011)”, e do filme “30 anos do Festival de Inverno se Garanhuns: a vitória da cultura de Pernambuco”, produzido pela Secult-PE e Fundarpe, em parceria com a TV Pernambuco, com direção de Sidney Rocha e Cacá Teixeira.
Outro destaque do festival foram vários debates envolvendo os realizadores, que puderam debater na rua sobre as produções de seus filmes, e a série de oficinas sobre temas ligados à política cultural em Pernambuco, assuntos como questões raciais e de gênero no audiovisual, a participação dos conselhos de cultura na elaboração da política cultural e sobre os recursos oriundos da Lei Paulo Gustavo e Lei Aldir Blanc, que irão aportar na cadeia produtiva da cadeia do Estado no próximo ano.
Filmes e realizadores de vários estados brasileiros participaram da programação: Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia, Santa Catarina, Distrito Federal, Goiás, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, promovendo um intenso intercâmbio de pensamentos e ideias sobre o audiovisual.
PREMIAÇÃO – O júri oficial selecionou os filmes nas categorias: Melhor Direção, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Roteiro, Melhor Produção, Melhor Direção de Arte, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som, Melhor Ator e Melhor Atriz. Também foram distribuídos prêmios aos melhores filmes nas categorias Melhor longa-metragem Nacional (R$ 4 mil), Melhor curta-metragem Nacional (R$ 2 mil), Melhor Curta-metragem Pernambucano (R$ 2 mil), Melhor Curta-metragem Infanto-juvenil (R$ 2 mil) e Melhor Curta-metragem dos Sertões (R$ 2 mil).
Além do Troféu Caretas, outras duas premiações foram concedidas: O Troféu Fernando Spencer foi concedido para o melhor personagem da categoria longa-metragem. Já o Troféu Cineclubista, criado pela Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC), vai para o “melhor filme para reflexão” segundo a Fepec.
Participaram como jurados na Mostra Competitiva de Longa-metragem Maurício Correia, Mísia Coutinho e Samara Almeida. Já na Mostra Competitiva de Curta-Metragem participam Carlos Kamara, Milena Evangelista e Roberta de Andrade. Além do júri oficial, o festival conta com o tradicional júri popular, formado por estudantes, professores e produtores culturais do Sertão do Pajeú. Participam desta edição Luiz Felipe, Kate Saraiva, Bárbara Lino, Douglas Henrique, Eduardo Costa, Nayane Nayse Silva e Júlio César.
FORMAÇÃO – Um dos momentos mais ricos do festival foi a série de encontros entre os realizadores, na Praça do Avião, para conversar sobre os filmes exibidos na noite anterior. “Os encontros são ambientes ricos de troca de experiências e aprendizados, e servem para que os participantes possam falar sobre seus filmes, tirar dúvidas e comentários reflexivos sobre os impactos das obras. Além disso, os debates levam o cinema para a rua, no meio da praça, o que faz com que haja uma aproximação da sétima arte com a população em geral”, avalia Jorge Clésio, mediador dos encontros.
Também foram realizadas três oficinas essenciais para o entendimento da política cultural de Pernambuco, com o objetivo de promover uma discussão sobre política cultural para a programação do festival e inserir alguns temas no cotidiano dos fazedores de cultura: O Seminário Gênero, Raça e Produção Cultural, a Oficina Políticas Culturais: LPG e LAB, e o encontro Conselhos de Cultura: Participação Popular e Controle Social.
FESTIVAL – O Festival de Cinema de Triunfo é uma realização do Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), e da Prefeitura de Triunfo. Conta com a parceria da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas de Pernambuco/Associação Pernambucana de Cineastas (ABDPE/APECI) e Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC), apoio cultural da Associação Comercial do Município de Triunfo (ACMT) e apoio institucional do Sesc Pernambuco e TV Pernambuco.
Confira o resultado dos vencedores do 13º Festival de Cinema de Triunfo:
TROFÉU CINECLUBISTA
Melhor filme para reflexão
Nossas Mãos Sagradas, de Julia Morim
Menção honrosa
Pode falar – Uma autoficção, de Evandro Manchini
PRÊMIOS DA ABD/APCI
Melhor Curta-metragem dos Sertões
Dentra, de Bruna Florie
Melhor Curta-metragem Pernambucano
Da Boca da Noite à Barra do Dia, de Tiago Delácio
Melhor Curta-metragem Nacional
Andrômeda, de Lucas Gesser
Melhor Curta-metragem Infanto-juvenil
Rua Dinorá, de Natália Maia e Samuel Brasileiro
PRÊMIOS DO JÚRI POPULAR DE CURTA-METRAGEM
Longa-metragem Nacional
O Bem Virá, de Uilma Queiroz
Curta-metragem Nacional
Time de Dois de André Santos
Curta-metragem Infanto-juvenil
Rua Dinorá, de Natália Maia e Samuel Brasileiro
Curta-metragem Pernambucano
Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho
Curta-metragem dos Sertões
Voz do relho: um filme sobre Joaneide Alencar, de Leonardo Soares e Marcelo Medeiros
PRÊMIOS DO JÚRI OFICIAL DE CURTA-METRAGEM
Menção honrosa
Um filme com Celso Marconi, de Helder Lopes e Paulo de Sá Vieira
Cabocolino, de João Marcelo
Da boca da noite a barra do dia, de Tiago Delácio
Curta-metragem Nacional
Poder falar – uma autoficção, de Evando Manchini
Curta-metragem Infanto-juvenil
Capitão Tocha, de Mateus Amorim
Curta-metragem Pernambucano
Inabitável, de Matheus Farias e Enock Carvalho
Curta-metragem Sertões
Dentra, de Bruna de Florie
Melhor Direção
Matheus Farias e Enock Carvalho, por Inabitável
Melhor Fotografia
Petrônio Neto, pelo filme Andrômeda
Melhor Montagem
Evandro Manchini, pelo filme Poder Falar- Uma autoficção
Melhor Roteiro
Matheus Farias e Enock Carvalho, pelo filme Inabitável
Melhor Produção
Catarina Doolan, Geórgia Hacradt, Pedro Medeiros, pelo filme Vale do Vento
Eterno
Melhor Direção de Arte
Bianca Feitoza, pelo filme Lamento de Força Travesti
Melhor Trilha Sonora
Ronaldo Lafayer e Steve Patuta pelo filme Vale do Vento Eterno
Melhor Som
Jean Gengnagel e Cicero Bordignon pelo filme Nonna
Melhor Ator
Evando Manchini, pelo filme Poder Falar- Uma autoficção
Melhor Atriz
Luciana Souza, pelo filme Inabitável
PRÊMIOS DO JÚRI OFICIAL LONGA-METRAGEM
Menção honrosa
O Povo Pode?, de Max Alvim
Melhor Filme
O Bem Virá, de Uilma Queiroz
Troféu Fernando Spencer
Personagem Jack Celeste, de Germino Pétalas no Asfalto
Melhor Ator
Luciano Pedro Junior, pelo filme Carro Rei
Melhor atriz
Suzana Castelo, pelo filme Delicadeza
Melhor Som
Julio Matos, pelo filme Germino Pétalas no Asfalto
Melhor Trilha Sonora
DJ Dolores, Filme Carro Rei
Melhor Direção de Arte
Mônica Martins, pelo filme Delicadeza
Melhor Produção
Sérgio Oliveira pelo filme Carro Rei
Melhor Roteiro
Uilma Queiroz, pelo filme O Bem Virá
Melhor Montagem
Luiza Fagá, pelo filme Germino Pétalas do Asfalto
Melhor Fotografia
Aldo Ribeiro e Ricardo Stuckert pelo filme O povo pode?
Melhor Direção
Uilma Queiroz, pelo filme O Bem Virá